Educação Profissional em Saúde pode ser compreendida como um campo que vem se constituindo historicamente, marcado por ideais, diferentes e divergentes, e que se apropria das concepções e bases teóricas de três eixos fundamentais – Educação, Trabalho e Saúde. Os conceitos resultantes de suas relações interdisciplinares – Trabalho e Educação; Educação e Saúde; e, Trabalho e Saúde – consolidam-se em arenas de disputas políticas e embates teóricos.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, trouxe ao cenário a preocupação com a formação dos trabalhadores de saúde, tendo em vista que naquele momento um contingente de profissionais não tinha qualificação específica para o exercício das atividades em que estavam inseridos. Nesta perspectiva, na década de 1980, foi lançado o Projeto de Formação Larga Escala buscando a promoção e melhoria da formação dos trabalhadores da saúde.
A Educação Profissional em Saúde, desenvolvida historicamente no Brasil desde meados do século passado, e que, especialmente nas duas últimas décadas, em decorrência do movimento da Reforma Sanitária e da criação do Sistema Único de Saúde, tem se consolidado como um espaço de produção de conhecimentos e de práticas sociais e pedagógicas. Durante esse processo histórico, diversos atores individuais e institucionais se inseriram nesse espaço, formando assim uma rede de relações sociais que produz um grande volume de informações, conseqüência de eventos científicos, projetos de pesquisa e reuniões dos Grupos de Trabalho e de Pesquisa em todo o Brasil.